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Como funciona o boleto bancário?

Todo brasileiro já ouviu falar ou já utilizou o boleto bancário, meio de pagamento que, por meio de um código de barras ou sua representação numérica, permite o envio de dinheiro para empresas ou negócios. A categoria financeira, exclusiva do Brasil, existe desde 1980, embora só tenha assumido a forma que conhecemos hoje em 1993.

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Mas como funciona o boleto bancário, além da descrição básica do pagamento através do código de barras? Para entender, é preciso primeiro conhecer o contexto em que surgiu, há cerca de 40 anos.

Criando um boleto bancário

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O código de barras começou a fazer parte do boleto bancário em 1993. (Imagem: Reprodução/Barcode.tec)

Na década de 1960, os bancos brasileiros passaram a ser responsáveis ​​pelo recebimento do pagamento de serviços públicos como água e luz, em decorrência do aumento das agências bancárias no país. Cerca de 10 anos depois, as instituições também passaram a receber o pagamento de títulos referentes a órgãos privados, aumentando exponencialmente o número de transações — e, com isso, uma forma de automatizar o processo, aliviar o ônus dos atendentes e melhorar a organização. começou a ser estudado.

Foi então no início da década de 1980 que surgiu o boleto bancário, mas ainda sem o código de barras, que só viria a aparecer em 1993 e permitiria que os pagamentos fossem feitos em qualquer banco independente da instituição que deveria recebê-lo.

A popularização do boleto, além da facilidade de pagamento, também ocorreu porque, de 1980 até hoje, o Brasil tem grande parcela da população desbancarizada, ou seja, sem vínculo com banco – segundo o IBGE, em 2021 havia 16,7 milhões de pessoas nessa situação. Como o meio de pagamento não exige o pagamento de contas ou qualquer outro serviço de instituições financeiras, acabou se tornando o método preferido dessa parcela da população do país.

Como funciona o boleto bancário

Explicado o histórico e o contexto da criação do boleto, agora é a hora de entender como funciona a modalidade. Basicamente, é um meio de pagamento em que o processo é realizado ativamente pelo cliente, e não a pedido do destinatário, que apenas identifica o pedido do cliente e emite um documento, com prazo (a data de validade) para receber o pagamento.

Este documento contém em seu corpo o comprovante do pagador, que serve como informação de pagamento para conhecimento do cliente, e a ficha de compensação, que fica em poder do banco.

Isso gera um documento, com formato padronizado pela Febraban, que possui duas grandes áreas: o recibo do pagador e o formulário de compensação. O recibo será a parte que será entregue ao cliente após o pagamento e o formulário será o que ficará com o banco.

O pagamento, uma vez efetuado, é enviado para a conta do destinatário, com crédito em prazo pré-estabelecido pelo banco (com prazo de três dias úteis). Além disso, o próprio sistema disponibiliza às empresas informações sobre os documentos emitidos, pagos e que já tiveram o valor depositado em suas contas, para melhor organização das cobranças.

Boleto também tem riscos de segurança

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O PIX é usado junto com o boleto bancário em certas fraudes. 

Algo tão veterano nos meios de pagamentos, o boleto também tem seus riscos de segurança, propagados por agentes mal-intencionados com a intenção de roubar dinheiro dos desavisados.

O principal golpe é o boleto falso, no qual criminosos coletam informações dos alvos para enviar comunicações, por e-mail ou SMS, se passando por empresas com serviços contratados pelos usuários. Essas mensagens informam sobre as cobranças e, geralmente, acompanham um documento com o CPF da vítima e outros indicadores que transmitem confiabilidade — e, quando pago, o dinheiro vai para a conta do fraudador.

Ainda dentro do golpe do boleto falso, também está surgindo uma vertente mais recente, que envolve até o PIX, sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central. Esses documentos falsos contam tanto com o código de barras dos boletos quanto com o PIX QR Code, e a fraude costuma ocorrer da mesma forma, envolvendo engenharia social e citando dados de possíveis vítimas para gerar confiabilidade.

Para evitar esses golpes, as seguintes dicas são recomendadas:

  • Atenção ao destinatário. O endereço geralmente é genérico e nada tem a ver com empresas.
  • Atenção aos dados pessoais. Na fatura falsa não consta o nome do cliente, apenas o código do assinante, número do qual poucos se lembram. Além disso, a identificação do cliente é diferente. Há um número na mensagem e outro na fatura.
  • Fique de olho no código de barras. As contas de consumo (gás, energia, telefonia) começam sempre com o número 8. Por se tratar de uma fatura falsa, o código de barras começa com o número da instituição financeira onde a fatura foi gerada ilegalmente.
  • Visite o site oficial das empresas que supostamente emitiram o boleto. Se você não conseguir encontrar a página online, ainda poderá entrar em contato com a empresa pelos canais oficiais. Nunca utilize os contactos fornecidos no e-mail ou SMS, pois também podem ser falsos.
  • Confirme os dados do destinatário antes de concluir o pagamento via boleto ou Pix. Como em todos os esquemas fraudulentos, os criminosos usam os nomes das laranjas para receber o dinheiro dos golpes. Somente pagamentos legítimos mostrarão os nomes corretos das empresas e seus nomes corporativos.