Pesquisadores da Swinburne University of Technology, na Austrália, desenvolveram um novo tipo de braço robótico que pode automatizar o processo de manuseio e dobragem de sacolas plásticas usadas para armazenar sangue doado.
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Nos hemocentros, o material coletado é separado em componentes celulares por meio de um sistema de centrifugação. Essas bolsas de sangue precisam ser devidamente dobradas para garantir que não haja contaminação durante esse processo.
“Mesmo com funcionários altamente treinados, ainda há riscos de erro humano, como embalagens danificadas ou rasgadas. Além disso, esses movimentos repetidos centenas de vezes ao dia podem causar lesões crônicas nesses trabalhadores”, explica o professor Shanti Krishnan, principal autor do estudo.
robô dobrador
O ato de dobrar um objeto macio é um desafio a ser superado pelos desenvolvedores de sistemas robóticos. Além de macias, as bolsas de sangue são estruturas deformáveis, com grande variação de formato e geometria, dificultando o trabalho da máquina.
Bolsas de sangue são dobradas manualmente pela equipe do hemocentro
Para contornar esse problema, a equipe do professor Krishnan desenvolveu um sistema de robótica colaborativa que trabalha em conjunto com sistemas de visão computacional, gabaritos específicos para a atividade de dobra e atuadores especiais de última geração.
“Para tornar o processo de dobramento mais autônomo, nós o dividimos em etapas menores, criando uma espécie de engenharia especializada para fornecer uma combinação de sistemas semiautomáticos, totalmente automatizados ou assistidos”, acrescenta o professor Krishnan.
Além de dobrar
O braço robótico construído pelos pesquisadores também possui um dispositivo de reconhecimento de imagem que pode ser utilizado durante o processo de inspeção de qualidade, registro de dados para rastreabilidade, detecção de anomalias, colagem de etiquetas e outras atividades realizadas exclusivamente por humanos.
Robô usa uma combinação de sistemas autônomos para dobrar bolsas de sangue com precisão
Para transformar o equipamento em uma alternativa viável ao trabalho humano, os cientistas precisam tornar o robô mais rápido. Como o bot ainda é muito mais lento que um trabalhador de carne e osso, aumentar a velocidade é condição primordial para o uso de robôs em hemocentros.
“Mais do que tratar de bolsas de sangue, essas descobertas podem ser adaptadas para outros processos semelhantes envolvendo objetos moles e deformáveis, com impacto significativo na alimentação, saúde e agricultura. Basicamente, para qualquer indústria que utilize embalagens em seus produtos”, conclui o professor Shanti Krishnan.
