Molnupiravir não diminui hospitalizações, mas acelera recuperação de ômicrons

Molnupiravir-Does-Not-Decrease-Hospitalizations-But-Accelerates-Omicron-Recovery
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O molnupiravir é um medicamento para covid-19 aprovado em vários países, inclusive no Brasil, aceito para o tratamento da doença pela primeira vez pelo Reino Unido, em novembro de 2021. Novas pesquisas buscam entender melhor seus efeitos, e constataram, recentemente , que a droga realmente acelera a recuperação de pacientes vulneráveis, mas não reduz as chances de hospitalização ou morte.

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O medicamento pode ser tomado duas vezes ao dia, mesmo em ambientes domésticos, e tem se mostrado promissor em meio à pandemia do novo coronavírus. Antiviral, na época um estudo sugeriu que reduzia pela metade os riscos de hospitalização ou morte entre os não vacinados de alto risco. Após a chegada da variante Delta, no entanto, foi demonstrado que o efeito era menor do que se pensava anteriormente.

Molnupiravir e as variantes

Atualmente, o perigo pandêmico é representado por outra variante, o Omicron, e seus sublinhados. Publicado na revista científica The Lancet, uma revisão mostra que o molnupiravir é menos eficaz contra a variante dominante. A droga não reduziu hospitalizações e mortes, mas ainda ajudou os mais vulneráveis ​​a se recuperarem. A droga, portanto, continua útil, especialmente nos esforços para levar os profissionais de saúde de volta ao trabalho mais rapidamente quando a pressão é alta no setor.

Para estudar sua eficácia, os cientistas recrutaram britânicos que testaram positivo para covid-19 via PCR ou teste de fluxo lateral – mas apenas aqueles com 50 anos ou mais, ou maiores de 18 com condição que os torna vulneráveis ​​à covid-19.

Mais de 25.700 participantes, 94% com pelo menos 3 doses da vacina, entraram no ensaio entre 8 de dezembro de 2021 e 27 de abril de 2022. Destes, metade recebeu os cuidados médicos habituais prestados a pacientes com a doença, enquanto a outra recebeu molnupiravir em um ciclo de 5 dias. Acompanhados por 28 dias, ambos os grupos tiveram taxas semelhantes de hospitalização e óbito.

Mais especificamente, 98 dos 12.525 participantes com tratamento padrão foram hospitalizados ou morreram, enquanto 105 dos 12.529 que receberam molnupiravir junto com o tratamento o fizeram. Os baixos índices mostram, segundo os pesquisadores, a importância das vacinas contra o SARS-CoV-2.

Recuperação e menor carga viral

A droga realmente brilhou, porém, na média de recuperação dos pacientes: quem recebeu melhorou em 9 dias, em média, o que levou 15 dias para quem recebeu apenas atendimento normal. A recuperação, mostraram os cálculos, melhorou em 4,2 dias com a droga. Medicamentos também tiveram menos contato com profissionais de saúde, e menos pessoas desse grupo tiveram vírus detectável 7 dias depois; sua carga viral também foi menor.

Ressalta-se que os pacientes sabiam que estavam recebendo o antiviral — embora isso não altere a internação ou o óbito dos pacientes, não foi possível controlar a evolução dos sintomas, que foram relatados pelos próprios participantes. Os impactos da droga na covid de longa duração também não foram estudados até o momento. Como o medicamento é caro, caberá aos profissionais de saúde escolher quando uma recuperação mais curta de 4 dias é mais preferível – ou o que vale a pena para um paciente particular abrir sua carteira.