Tecnologias tornam o processo de ensino mais prático e aumentam a motivação dos alunos.
O uso das ferramentas digitais pode facilitar o dia a dia de professores e alunos, conforme mostram diferentes estudos. De acordo com o Sebrae, entre as principais vantagens estão a personalização do processo de aprendizagem, a maior interatividade e o desenvolvimento de competências a partir da convivência com a tecnologia.
Atento a isso, o Ministério da Educação (MEC) tem promovido capacitações para debater a educação digital e a formação continuada de professores. “Nós temos um desafio grande no Brasil, que é implementar as tecnologias da educação da melhor maneira possível”, afirma a secretária de Educação Básica, Kátia Schweickardt.
Segundo ela, a prioridade é garantir a educação continuada aos docentes para possibilitar uma formação cidadã aos alunos, de modo que eles aprendam a usar a tecnologia de forma correta e respeitosa.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que norteia a construção do currículo da Educação Básica, incluiu a educação digital como uma competência de ensino que deve fazer parte do currículo de todas as disciplinas. Por isso, é necessário que os professores utilizem a tecnologia para potencializar o ensino, dando destinos específicos de aprendizagem para cada recurso.
Quais ferramentas digitais podem ser utilizadas?
Diferentes ferramentas digitais podem ser utilizadas no dia a dia da sala de aula. A escolha deve considerar a disponibilidade de recursos da escola, a metodologia de ensino, o conteúdo que será transmitido e os recursos oferecidos pela tecnologia.
O e-book “Mapas mentais na aprendizagem: um guia para professores”, produzido pelas pesquisadoras do Centro Universitário Vale do Cricaré, Liza Andréa dos Santos Silveira
e Márcia Moreira de Araújo, explica que os diagramas são úteis no processo de simplificação do ensino. Os mapas mentais on-line destacam fatos importantes e auxiliam na consolidação do conhecimento por parte dos alunos, despertando maior interesse e motivação pelas aulas.
As autoras explicam que criar mapa mental, a partir de plataformas digitais, é um processo intuitivo. Eles devem ser feitos com uma boa estrutura, por meio de conceitos, palavras e itens conectados de forma organizada. O recurso é indicado para os estudantes fazerem anotações, elaborarem resumos e memorizarem conteúdos e, também, para os professores, pois permite a simplificação de temas complexos e aumenta a retenção de interesse nas aulas.
Entre as ferramentas tecnológicas que podem ser aplicadas à educação, o Sebrae cita também o Google Sala de Aula (Classroom), que permite gerenciar atividades virtualmente; o Edmodo, um microblog educacional do Linkedin para criar grupos específicos entre os estudantes; e o Jamboard, ferramenta gratuita que funciona como uma lousa virtual interativa.
O Sebrae também destaca a plataforma Miro, que possibilita a construção de quadros com notas, diagramas e mapas mentais em tempo real; o Anchor, criado para a gravação de podcasts; e o Kahoot, ferramenta de aprendizado baseada em jogos com testes de múltipla escolha.
Abandono das salas de aula é desafio para a educação
Os dados do “Censo Escolar da Educação Básica 2023” mostram que quase 9 milhões de jovens brasileiros, entre 18 a 29 anos, não concluíram a educação básica, o que demonstra uma falha no engajamento escolar.
Em entrevista à imprensa, o gerente de políticas educacionais da ONG Todos Pela Educação, Ivan Gontijo, analisou que a desistência está relacionada à experiência que os alunos tiveram nas escolas.
O uso da tecnologia pode ser um atrativo para reter os alunos. Segundo a pesquisa “Perfil e Desafios dos Professores da Educação Básica no Brasil”, realizada pelo Instituto Semesp, a área de tecnologia desperta o interesse de 30,1% dos jovens.
No entanto, o obstáculo do acesso à tecnologia pode ser uma barreira, reconhecida pelo próprio MEC e outras autoridades. A Organização das Nações Unidas (ONU) estipulou a necessidade de assegurar a igualdade de acesso a todos os níveis de educação, garantindo inclusão e acessibilidade nas escolas, como um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para serem alcançados até 2030.
A pesquisa “O uso das ferramentas digitais no ensino remoto acadêmico: desafios e oportunidades na perspectiva docente”, realizada por pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), ressalta a necessidade de mudança na metodologia tradicional de ensino. O estudo conclui que com a inserção das tecnologias educativas pelos professores, surge um ambiente inovador, que favorece o enriquecimento da aprendizagem.
Os pesquisadores destacam, ainda, a importância da formação continuada dos pedagogos, que exige não só o domínio das ferramentas, mas também a elaboração de estratégias de ensino. A mudança acontece por meio da criação de metodologias ativas de aprendizagem, que se faz importante no ensino remoto e presencial.
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