No novo filme da franquia Jurassic World, vemos um mundo onde os dinossauros não estão mais confinados a um parque, mas sim se reintegrando ao meio ambiente, convivendo com a vida selvagem atual. De velociraptors caçando nas florestas a fazendeiros pastoreando parasaurolophus como gado, eles parecem estar se dando muito bem. Mas isso é factível?
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O impacto de tantas espécies sendo reintroduzidas em um mundo completamente diferente, milhões de anos depois e em um ecossistema despreparado certamente teria muitos impactos. Paleontólogos como Steve Brusatte, da Universidade de Edimburgo, opinam sobre o assunto – e mostram as diferenças entre o nosso mundo e o dos gigantes do passado.
Se eles sobrevivessem ao meteoro ou fossem clonados, os dinossauros sobreviveriam bem ao nosso tempo? (Imagem: Donald E. Davis/CC BY-SA 3.0)
Quem está extinto agora?
Soltar um Tyrannosaurus rex de volta à natureza provavelmente seria catastrófico. Casos de superpredadores sendo introduzidos em ecossistemas estranhos já foram vistos em nosso mundo: quando ingleses desembarcaram em várias ilhas trazendo seus gatos, como as Galápagos, os animais extinguiram espécies de aves como os dodôs. No caso de uma criatura do tamanho de um T. rex, o caos seria ainda maior – extinguindo alguns mamíferos, pelo menos.
E não só os carnívoros vivem de conjecturas. Enormes herbívoros como o brontossauro também impactariam o ecossistema: para garantir as calorias necessárias para seus corpos maciços, esses dinossauros provavelmente devastariam plantações e plantas silvestres de importância medicinal, já que estimativas conservadoras colocam centenas de quilos de folhas e galhos sendo comidos por esses saurópodes a cada dia. dias.
A estranheza não estaria apenas em nosso ecossistema, mas também em seus novos habitantes. Dinossauros herbívoros ou onívoros, como brontossauros, diplodocos e braquiossauros, viveram no período jurássico, quando não havia flores nem frutos — eles só apareceram no início do Cretáceo.
A grande maioria dos dinossauros nunca viu uma flor, alimentando-se apenas de folhas. O impacto de uma dieta totalmente diferente é desconhecido, mas deixa a pergunta: eles seriam capazes de comer os alimentos disponíveis na natureza hoje? Os efeitos podem variar de má digestão a envenenamento grave de seus corpos.
Um alto risco para os dinossauros seria a coexistência com humanos, que provavelmente não viveriam bem ao lado de predadores (Imagem: K. Bill/Artstation)
Há também a questão do clima. Só recentemente descobrimos de forma mais definitiva qual era a temperatura corporal dos dinossauros — alguns de sangue quente, outros de sangue frio —, mas sabemos há muito tempo que a temperatura no Jurássico era muito mais alta.
Os dinossauros de sangue quente se dariam bem em nosso ambiente, como os mamíferos, mas os de sangue frio teriam alguma dificuldade: você não vê crocodilos em lugares mais frios, como o Reino Unido, por exemplo. Isso limita muito os locais que os grandes répteis poderiam habitar atualmente.
E viver com… humanos?
Apesar disso, os paleontólogos acreditam que os dinossauros poderiam acabar se adaptando ao mundo natural com apenas uma ou outra perda: eles estiveram no mundo por milhões de anos, afinal, apenas para serem extintos com a chegada de um meteoro. Outro risco, aliás, é apontado para eles: nós humanos.
Talvez pudéssemos nos acostumar com os herbívoros jurássicos, mas grandes carnívoros como o T. rex quase certamente seriam caçados até a extinção. Não seria a primeira vez que isso aconteceria, e com nossas armas e habilidades de caça, a coexistência com predadores massivos seria muito improvável.
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