O exercício muda a biologia do cérebro e protege a saúde mental

Especialistas vêm destacando, há muito tempo, os benefícios dos exercícios físicos. Mas muitos se enganam ao acreditar que apenas o corpo pode usufruir desses impactos positivos. Acontece que a prática pode mudar a biologia do cérebro e proteger a saúde mental.

Tudo gira em torno de uma molécula chamada fator neurotrófico derivado do cérebro, que ajuda o cérebro a produzir neurônios. O exercício aeróbico e o treinamento de alta intensidade aumentam significativamente os níveis dessas moléculas, e as mudanças estão no nível epigenético, o que significa que esses comportamentos afetam a forma como os genes são expressos, levando a mudanças nas conexões e funções neuronais.

Há também evidências dos efeitos positivos do exercício nos neurotransmissores (substâncias químicas do cérebro que enviam sinais entre os neurônios) dopamina e endorfinas, envolvidos no humor positivo e na motivação.

Pesquisadores da área apontam que o exercício pode até dessensibilizar as pessoas a sintomas físicos de ansiedade. Isso se deve à semelhança entre os efeitos corporais do exercício e os da ansiedade, incluindo falta de ar, palpitações cardíacas e aperto no peito. As atividades físicas também reduzem a frequência cardíaca basal, levando a um ambiente físico interno mais calmo sendo sinalizado para o cérebro.

O exercício físico é bom para a saúde?

Estudos anteriores já mostraram que fazer atividade física pode alterar a ação das células imunológicas do cérebro, o que reduz a inflamação e, consequentemente, protege contra o Alzheimer. A microglia (um tipo de célula no sistema nervoso central que inspeciona o tecido cerebral em busca de danos ou infecções e remove detritos ou células mortas) pode ser ativada de forma inadequada à medida que a pessoa envelhece, mas o exercício pode reduzir a ativação microglial e melhorar a função cognitiva no cérebro humano.

Além disso, o exercício físico pode reduzir o risco de morte, como mostram estudos anteriores. No artigo, aqueles que realizaram de duas a quatro vezes a quantidade recomendada de atividade física tiveram um risco 31% menor.

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